terça-feira, 16 de abril de 2024

Resenha


 

A escritora Cecília Kemel fez uma resenha a respeito do meu livro A Torre do Silêncio. Grato pelo belo presente:
O tangível silêncio
"A torre é um abrigo, uma fortificação também destinada a proteger-nos em caso de ataque. É na torre que nos colocamos para que nosso olhar possa atingir a distância, e é desse ponto alto que observamos a profundidade. A mesma torre que nos isola, igualmente nos leva ao encontro.
Assim é a Torre do Silêncio, de Cleber Pacheco: uma impactante ficção, um jogo de encaixe no qual cinco peças, reconhecidas como personagens, alternam-se para nos conduzir da morte à vida, exatamente nessa ordem. No percurso, o autor revela traços de suas criaturas, desenhadas para expor reflexões sobre a existência a partir de fatos resgatados de suas experiências ou projeções, embora o fio da narrativa esteja preso à morte.
A proposta estrutural da obra é a da narrativa em quadros e tópicos nos quais as evidências tornam-se reveladoras daquilo que buscamos: a tentativa de entender a vida ao exercitar a morte. Cada uma das personagens, cujas características mostram-se distintas e específicas, merecendo até um tratado particular e à parte, traz possibilidades perceptivas enquanto se vê do alto da própria torre, exercendo, nas palavras do autor, “a arte da espreita”. Assim, desdobram-se as passagens marcantes, as estranhezas, o tempo, as soluções, a morte e a espera, todos elementos consistentes sob o olhar do já vivido. O labirinto em que se movimentam manifesta-se num círculo envolto em si mesmo, que parte do silêncio e chega à solidão, e vice-versa, isto é, a causa e a consequência sendo as mesmas.
Com um enredo assentado na ficção fantástica, o texto registra riqueza literária trabalhada em qualificadas figuras, cujas marcas revelam a expressão de um poeta e a criação linguística à altura de um Guimarães Rosa. Imagens como “o mundo que me abandonou, comida pelo onívoro oco do tempo” (p.40), “curar as gentes do susto de nascer” (p.43), “ele não me viu desnascer”, “viver é apagar-se” (p.46), “Tapei minha boca para guardar meu grito” (p.53), “a surdez das coisas que acabaram ficando mudas” (p.65), “segurando com força aquele pequeno sol em suas mãos.” (p.68), demonstram o cuidado atribuído a essa rara produção criativa.
Este é um breve olhar inconcluso sobre uma obra literária que nos brinda com um corte em profundidade na alma humana, conduzindo-nos pelos estreitos caminhos de um verdadeiro tratado da solidão: tocante, absoluta, tangível. No dizer de uma das personagens, “tão poucos conhecidos, tão poucos parentes na repetição do só.” (p.44). Assim passa-se a vida, assim sobrevém a morte. "

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Autor Convidado

 


   Tássio Ribeiro, é natural de Bom Sucesso - MG. Graduando em Gestão Ambiental pelo IF - Campus Bom Sucesso. Agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito, pela Câmara Municipal de Bom Sucesso-MG, pelo trabalho com a literatura, Prêmio Concurso Cultural do IF Campus Rio Pomba -Mg.Participou das Antologias: da editora Vivara “O Poetize 2017”, Além do céu, Além daTerra (2017), Arte em Exposição A Cor do Gesto" de Artur Madruga 2019.Ganhou Menção Honrosa no concurso de poesia da Biblioteca Comunitária Conceição Maria Lopes (2017) Parem as Máquinas, pelo Selo Off Flip (2020).


Fotografia na parede


 A memória está emoldurada na parede,

Numa fotografia em preto e branco.


(Sem título)

Meu pai engraxou os sapatos.

Um hábito antigo que aprendeu

No passado. Pegou seu casaco

E foi para o trabalho, onde era

Um operário. Trabalhava o

Dia todo; levava a marmita,

E o café. Minha mãe cuidava 

Da casa, e dos meus irmãos.

O seu salário quase não supria

Às necessidades da casa.

Mas fazia o que podia para

Garantir o sustento. E sua maior

Virtude era a poesia, que fazia

Nas raras horas vagas. Dizia que

Tudo é uma questão de tempo e

Paciência. E o sorriso já amarelo,

Acalentava a todos, que via sua

Fibra, no corpo franzino, boca de

Menino, e a coragem de um.

 

sábado, 13 de abril de 2024

Instinto

 



Admiramos o vulcão
prestes a explodir
(são velhas as erupções,
ainda mais antigas
as lavas que escorrem),
adivinhamos:
tudo é magma
e se revolve
e atordoa e treme
ainda quando
nenhum sinal
de fumaça incita
os céus.
Os animais, que tudo sabem,
pressentem
rumor e abalo
sem que a terra
dê indícios.
Adivinhamos também
que soterrados
seremos sob
as cinzas.
Há muito descobrimos
que o terror nasce
apesar da possível extinção.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Fornalha

 


Cavalos incinerados
ao sol mergulham
nas catacumbas
da terra e, de suas entranhas,
lançam
estranhos relinchos cavos.
Vi esses cavalos
incendiarem-se
na fornalha da tarde
enquanto eu mesmo
queimava
minhas mãos
escavando córregos.
Nada mais pode ser
feito diante
de tanta ruminação:
ruminar é também
plágio
de quando estrebuchamos
aos nos recusarmos
a viver e a morrer.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Vozes

 



Ouço vozes,
disse ele,esquecendo
que também era uma voz.
Suas palavras se perdiam
em plena tempestade,
imitando, ao mesmo tempo,
Bobo e Lear,
sem conseguir escolher
qual dos dois seguiria
pelas charnecas.
Resolveu,porém,
seguir a si mesmo
só para nunca
se encontrar.,
enquanto melindrava-se
com profecias de velhas bruxas,
buscando abrigo
sob os carvalhos.
Mas não o abandonaram
as vozes, acostumadas
já a persegui-lo
mesmo em sonhos.
Até que a noite trouxe
o som dos uivos
e o caminho tornou-se
um agonizar de sinos.
(Imagem do filme RAN, de Akira Kurosawa).

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Relva

 



Aprendi a suportar
nossa insanidade,
ela me disse,
e todas as páginas em branco.
Nunca saberemos dizer
quantas árvores secaram
desde o surgimento
da flora, argumentou,
nem quantas nuvens
passaram pelos céus
desde a primeira chuva.
O mundo já era mundo
ainda antes que o inventássemos,
concluiu. Sem nada
poder acrescentar, recuei
dois passos e olhei
para a relva esmagada
sob nossos pés.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Autor Convidado

 


Daniel Rodas (Teixeira-PB, 1999) é escritor, poeta e dramaturgo. Graduado em Letras e Mestrando em Literatura e Interculturalidade (UEPB). Editor da Revista Sucuru. Autor da plaquete Eros e Saturno (Editora Primata, 2021) e do livro Umbuama (Editora Urutau, 2021). Integrou as antologias Poesia fora do eixo (Toma Aí Um Poema, 2022), Engenho Arretado: poesia paraibana do século XXI (Patuá, 2023) e Casa Encantada: o conto fantástico paraibano (Arribaçã, 2023). Tem textos publicados em vários meios eletrônicos nacionais e internacionais. Fez parte do grupo de teatro ExperIeus da cidade de Monteiro-PB, onde colaborou como ator. Pensa na poesia como um fluxo, como o fluir incontrolável da vida. Vive atualmente em Campina Grande-PB.



MALLARMÉ

 

os deuses jogam dados com

o destino.

mas nem por isso

o acaso os abolirá.

 

cada gesto do dado é um jogo

novo sobre a

mesa.

 

e o poema:

ninguém ganha no seu fim.

 

*

 

OS BOIS E OS HOMENS

 

Para Drummond

 

ruminam todas as

manhãs

 

posto que o sol lhes

acena

 

a incerteza do viver.

 

são tantos com suas

ancas largas

 

seus sorrisos de baba

 

seu silêncio sem

tempo.

 

vagam pelas ruas e

estradas

 

atravancados pelo hoje

 

do qual não têm nenhum

controle.

 

pobres criaturas saqueadas

 

vão sem rumo na

febre

 

da própria graça do algoz.

 

II

pois de uns

lhes é roubada a carne

 

de outros

a carne e o espírito.

 

*

 

ORÁCULO

 

a noite é enorme.

maior que a noite é a escuridão carregada sob as

unhas.

a casa nunca está fechada –

e os pássaros cospem plumas nas janelas.

há quem tente fechá-las.

mas as asas da noite invadem: cada fiapo do

olhar.

( Poemas inéditos).  

 

 


segunda-feira, 25 de março de 2024

Fauna

 


Sim,
também já espantei
moscas,
pisei em baratas,
engoli borboletas.
É verdade ainda
que me recusei
a provar
bichos cheios
de olhos e patas
e aqueles sem olhos e patas
a mergulharem
no ventre do abissal
como se abdicassem
das estranhezas da superfície
só para acatarem
as aberrações do abismo.
Não sou onívoro,
recuso-me
a degustar
ossinhos, escamas, penas,
embora possa cavar
tocas para domesticar
a cólica da terra,
enquanto as abelhas zumbem
de êxtase e fome
nos campos minados
pelos homens.
Sim,
já fui picado
pelas lacraias,
já fui mordido
pelos morcegos
enquanto vagava
nos safáris d'inverno.
Mas continuo evitando
os zoológicos,
as bestas precisam
se proliferar,
a vida não serve
para quem nunca
extinguiu ,
por pura compaixão,
o canto das cigarras.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Novo livro

 


Texto da orelha do escritor Herman Schmitz:

 " Seja bem-vindo ao mundo multidimensional de Cleber Pacheco. Cinco personagens de nacionalidades tão diferentes como Japão, Irlanda, Índia, Rússia e Brasil, relatam seus momentos decisivos, começando por suas mortes, e seguem com flashbacks das suas vidas. Tudo isso ocorre de forma simétrica e vertical, em um crescente relato visceral sobre a solidão, a velhice e a transitoriedade da vida. Como em outras obras do autor, se imprime um forte tom místico que vai além da narrativa, fazendo do romance uma grande mandala de sentimentos e reflexões, de sensações e descrições, em uma requintada prosa poética. Embora tenha uma aparência de documentário por ser montado em temas, com camadas que unem e aprofundam a discussão, o resultado final é de que o livro rapidamente entendido, transforma-se ele próprio, em uma peculiar resposta ao sentido da vida. "

___________________

Herman Augusto Schmitz

Poeta e Mestre em Letras – Estudos literários

terça-feira, 19 de março de 2024

Tarefa

 



Ontem
estive à beira
da morte,
hoje
lavo pratos
com sabão caseiro.
Refeições
têm horário fixo
e não há tempo
para reparar
danos,
os dias seguem
seu fluxo
assim como
as obrigações
e é preciso cumprir
as tarefas domésticas
com o mesmo zelo
de quem nunca
morreu.
Uma casa não espera,
está sempre
a gerar
trabalho
mesmo enquanto
velamos
nossos dentes caídos
ao trincarmos
o corrosivo caroço
dos dias.

terça-feira, 12 de março de 2024

Resenha

 


MISTÉRIOS EM "A ROSA MÍSTICA",DE CLEBER PACHECO

por Luiz Otávio Oliani 

 

"Homens de artérias obstruídas

Andam pelas ruas

Esmagadas pelo tempo." P. 29

Cleber Pacheco


         O livro "A rosa mística", Guaratinguetá,SP, São Paulo, 2023, é um acontecimento na vida cultural de Cleber Pacheco. Trata-se de obra  que celebra 25 anos de atividades literárias do autor.

No prefácio, o já consagrado José Eduardo Degrazia trouxe à tona a trajetória literária de Cleber Pacheco em vários gêneros.

No que tange à poesia, enfatizou o misticismo como uma característica do autor, ao mergulhar nos mistérios da mitologia medieval. Enalteceu a união entre mente e espírito atravessa poesia. Citou Gaston Bachelard e o "devaneio" proposto pelo literário através do polissimbolismo da palavra.

Ao discorrer sobre a atenção do poeta sobre as questões do mundo, além do esoterismo presente no livro em análise, o que não afasta leitores céticos ou críticos, Degrazia expôs que a visão mágica e intervenção da realidade pelo encantamento foram duas  características autorais presentes, já que têm a ver com a essência da linguagem por si só.

Assim, ao revelar que Cleber Pacheco desvenda os enigmas do ser e da existência, o resultado é a Beleza, com letra maiúscula.

Parte do prefácio aparece nas duas orelhas de "A rosa mística".

Em termos de posfácio, há duas apresentações.

A primeira é de Eduardo Jablonski, Mestre em Literatura pela UFRGS. Nesta, ele enfatiza o hermético e o opaco na obra de Cleber. Isto porque é a ambiguidade do texto literário que leva o leitor a múltiplas percepções e todas estão corretas.

Segundo Jablonski, o hermético derivaria de uma das influências de Pacheco, no caso, João Cabral de Melo Neto, para o qual a concisão e o trato com as palavras são fundamentais em um bom texto

 Já Herman Augusto Schmitz, poeta e Mestre em Estudos Literários, no texto"25 anos de poesia,", p. 69, na obra em viga "(....) perscruta a alma, o sentido do oculto, do alegórico e do hermenêutico."

Assim tal literatura seria possível se ser contemplada como um mandala ou centro de força, em forte simbolismo religioso.

No que tange à estrutura de alguns poemas, cabem algumas notas, por ser impossível uma análise de todos os textos.

Em  "Condição",p.15, o eu lírico analisa a dicotomia entre "existir","memória","esperar"e "esquecer",ao realizar a tarefa mágica do ato criador.

Já em "Geometria",p.16,apesar da chave de ouro em "A geometria transcende / Hipotenusa e catetos", há um leve traço metalinguístico no poema, devido à presença dos vocábulos "semântica","grafemas "," branco" e "página". O mesmo de dá em "Verbo ",p.17, no qual é bem explícita a presença da função metalinguística,a começar pelo título.

Do ponto de vista estrutural dos poemas,"Ancestral",p.18, é o texto no qual prevalecem os paralelismos, já que as quatro estrofes são iniciadas pela estrutura "Antiga é a (....)", com alteração dos substantivos próprios elencados.

Com alusão intertextual a William Shakespeare, o bardo inglês, "To be or not to be",p.22, o poema é rico de metáforas e antíteses que buscam traduzir dúvidas existenciais: " Viver é quase um sonho / Que a morte nos desperta, / Morrer é modo estranho ,/ De descobrir a descoberta."

A reflexão filosófica  está em  "Adivinhos"p.,27 ,( o místico como busca para salvação).; "Tempo",p.29 ( poema que revela a inversão de valores da sociedade contemporânea,); "Mundo",p.31  ( a luta pela preservação da memória diante dos horrores criador pelo homem,), entre outros.

"Breakfast",p. 32,traz a efemeridade da vida,pois "O tempo transcorre fagueiro / e um dia tua boca murcha, / teus dentes caem / e já não ouves com a mesma / precisão de antes."

 

*LUIZ OTÁVIO OLIANI é professor e escritor. Publicou 18 livros, incluindo poesia, conto, teatro e literatura infantil.

 




quarta-feira, 6 de março de 2024

Autor Convidado

 


   Nelson Alexandre nasceu em Maringá, Paraná. É autor de Paridos e Rejeitados  (Contos, 2012) e Poemas Para Quem Não Me Quer (Poesia, 2013), ambos publicados pela Editora Multifoco -RJ. Em 2005 recebeu Menção Honrosa no prestigiado concurso de contos Newton Sampaio , quando então viu seu trabalho publicado em uma coletânea pela primeira vez. Fez parte da coletânea 101 Poetas Paranaenses , publicada pela Biblioteca Pública do Paraná, em 2014. Teve textos publicados pelas revistas: Literacia, Outras Palavras, Flores do Mal, Germina, e Diversos Afins e nos jornais: Rascunho, Bebop, O Duque e O Diário. É graduado em Letras de Universidade Estadual de Maringá. 


REFERÊNCIA POÉTICA Você, Drummond, nunca foi minha referência, E não nego, Pois, não sou homem de negar aquilo que defendo E digo, Também não sou traidor, Não sou Judas, Drummond, Eu sou poeta, como você, Mas nunca o tive como referência, E o chamei de chato numa aula de poesia E nunca mais tirei nota maior do que seis. É um castigo, Drummond? Ou o tato dos avaliadores é vingativo Como uma surra de cinta dada pelo pai que nunca veio? Ou da mãe que fecha os olhos Para o arreio? Numa coisa você tem razão, Drummond, A vida é chata mesmo, Fechada em arquivos burocráticos, Onde o coração não bate como a zabumba Dos meus parentes distantes E que nem conheço. Minha referência é: Rimbaud Bukowski Bandeira Leminski Raduan Fante Miller Mas você, eu chamei de chato, Nas plagas das carteiras da universidade, E o mundo se irou e se vingou Dos meus versos, Abriu a abóboda celeste E mandou anjos vingadores Para o meu despejo da Polis. Minha referência É a nau louca com os personagens de Hieronymus Bosch, O profundo e o profano O analítico e o insano O céu rasgado em vermelha misericórdia Pela minha ousadia e razão, Tua estátua afogada pelo tsunami e devorada Pelos tubarões do magistério, Eu, entrando pela fissura do que não fenece, Mesmo com uma torcida grande Para que isso aconteça. Sabe, Drummond, eu mesmo poderia colocar O cigarro em sua boca, O colírio em seus olhos, Fazer uma festa e chamar o pobre José Que não comeu Maria Que não comeu Teresa Que não comeu Ana Que não comeu Débora Que não comeu ninguém, E ficar feliz por fazer uma poesia bonitinha, Para poder comer alguém, Qualquer uma, Mas sou chato como você, Drummond, E sonho em dormir com a Rainha De um reino que não é o meu E me foi negado Na mesura Do quarto apagado. Foi lá que o meu “eu” morreu, Drummond.

 

sexta-feira, 1 de março de 2024

Conto

 



CÍRCULOS 

Uma construção circular com quatro torres idênticas, sendo que a torre do leste fica exatamente diante da torre do oeste.
O mesmo se dá com as torres do norte e do sul.
Os moradores da torre do leste afirmam que a torre do oeste é apenas um reflexo da sua torre e os do oeste juram que a torre do leste é apenas o reflexo da sua própria torre. O mesmo se dá com as torres do norte e do sul.
O centro da construção circular é inteiramente ocupado pela água.
Esta água crê que é toda a água existente no mundo.
Os habitantes da Lua afirmam que a construção circular é apenas um ponto em meio ao Oceano.
Já os habitantes de Andrômeda sentenciam que a Terra nunca existiu.